Monday, September 18, 2006

REIIVAL - A POETISA


Da minha amiga Virgínia com o pseudónimo “Reival”, que, como eu, foi assídua colaboradora do jornal “ O Comércio da Póvoa”, apraz-me reeditar sua pequena poesia que me empolgou à"leitura", publicada no n.º 43 de 30/10/03

Com o título: HAVERÁ?!
Subtítulo : Tu, na marcha branca!

Haverá coisa mais bela de ver
Que nem o céu com mais cores
O mar com as suas ondas
Em ebulição...
O sol com seus ardores
A pálida luz da Lua
Onde uma estrela flutua
Em cintilação...
Um beiral com as suas pombas
Enamoradas...A leveza do despertar
Das madrugadas ...
Ou o campo florido de papoilas
Por entre os trigais
Em ondas de bonança ...
Não jamais, jamais,
Haverá coisa mais bela de ver
Do que o olhar de criança !

A minha leitura :

Comecemos pelo fim, pela metáfora chave de todo o texto que é um hino à pureza personificada nesse ser frágil que é a criança. Aqui, o puro é o belo e o significante, o vocábulo criança, induz o significado beleza que se exprime no olhar.
O texto é, globalmente, uma hipérbole e há o recurso predominante a sensações visuais , comparações em cadeia com elementos do céu, do mar e da terra, em que o termo olhar de criança determina o grau de superioridade. Ver o olhar de criança traduz a sensação de beleza superior às cores do céu, às ondas do mar , aos ardores do Sol, à luz da Lua, ao cintilar de uma estrela, às pombas enamoradas do beiral, à leveza do despertar das madrugadas, ao campo florido de papoilas por entre os trigais de bonança.
Como se vê, a poeta recorre a elementos do céu, do mar e da terra para, hiperbolicamente, exclamar: Não jamais, jamais haverá coisa mais bela de ver do que o olhar de uma criança !
Finalmente, quero dizer que a pequena poesia é repassada de uma emotividade intrínseca a que as rimas, postas com arte, prestam o seu contributo para a sensibilidade do leitor.

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